A odontologia estética

Por muitos anos, o dentista foi associado a uma imagem de dor e sofrimento. Este quadro mudou muito nas últimas décadas, tanto pelo fato da odontologia ter se tornado mais focada em prevenção e menos curativa, com políticas sociais mais eficientes, bem como as faculdades ensinando terapias restauradoras mais conservadoras. Uma das principais mudanças foi o apelo estético da população brasileira cada vez mais forte.

A ortodontia foi a primeira especialidade notada pelo público em geral, com o forte apelo estético do “sorriso perfeito”. Hoje, independente da classe social, é comum vermos crianças, adolescentes e mesmo adultos utilizando aparelhos ortodônticos. Mas a odontologia restauradora também mudou muito. O amálgama de prata, famosa pelos termos “restauração escura”, “restauração metálica”, ou erroneamente “restauração de chumbo”, foi sendo substituída por restaurações de resina composta e pelas cerâmicas odontológicas.  Hoje, não é mais aceito pela maioria da população o uso de metais em boca. Assim, a odontologia estética atual não é só ortodontia, mas também restaurações estéticas.

Todas essas mudanças da odontologia geram uma série de perguntas que os pacientes tem constantemente trazido para nós nos consultórios. A seguir, listamos as mais comuns:

Qual é a melhor idade para o uso de aparelhos ortodônticos?
Eles podem ser utilizados em crianças, adolescentes e adultos, mas seu uso é recomendado durante o crescimento. Nesta fase, principalmente logo antes da puberdade e adolescência – onde temos o maior surto de crescimento -, é o melhor momento para a ortodontia que pode “orientar o posicionamento dental” aproveitando a expansão das arcadas. Já na fase adulta, a correção ortodôntica é demorada e difícil.

É possível corrigir espaços entre os dentes anteriores que atrapalham a estética do sorriso sem aparelhos?
Depois de adulto, boa parte dos pacientes não quer mais utilizar aparelhos ortodônticos. Primeiramente, é importante citar que a ortodontia é, na maioria das vezes, a primeira escolha, pois permite alinhar dos dentes sem necessidade de qualquer desgaste ou aumento de contorno dos dentes. Hoje temos no mercado vários alinhadores dentais, que são placas de acrílico ou acetato que se encaixam nos dentes e permitem pequenos movimentos ortodônticos. Muitas vezes, eles são suficientes para corrigir o sorriso do paciente. Por outro lado, a ortodontia não consegue isoladamente corrigir o sorriso, pois o volume dos dentes é insuficiente para preencher todos os espaços, chamados tecnicamente de diastemas. Assim, a ortodontia se alia à dentística: a especialidade da odontologia que cuida das restaurações para aumentar o contorno dos dentes. Este recurso é muito rápido, necessitando de uma ou poucas consultas, utilizando-se resina composta ou cerâmicas.

Quais são as vantagens e desvantagens de se utilizar resina composta ou cerâmicas odontológicas?
Ambos são materiais estéticos, ou seja, tem a cor da estrutura dental. As resinas compostas representam o material restaurador mais popular, utilizado por praticamente todos os profissionais. O dentista, com a arte de um escultor, reconstrói a porção destruída de um dente ou contorna o mesmo com a massa de resina composta. Quando está no formato que se deseja, é irradiada com uma luz azul bem forte, de um aparelho chamado fotopolimerizador. Sob a ação desta luz, a resina composta polimeriza, ou seja, enrijece. Já as cerâmicas odontológicas, como qualquer cerâmica, depois de esculpida deve sofrer cocção em um forno em alta temperatura. Assim, todo trabalho cerâmico é feito em laboratório, não podendo ser feito diretamente na boca. Desta forma, a principal vantagem das resinas compostas é que permitem um trabalho imediato diretamente no dente do paciente, não necessitando assim moldagem, nem uma fase laboratorial, o que requer mais consultas. O custo acaba sendo mais uma vantagem das resinas compostas, uma vez que temos menos consultas e os honorários somente do cirurgião dentista, e não também do técnico de prótese dental. Já as principais vantagens das cerâmicas são sua cor perene, diferente das resinas compostas que com o passar do tempo tendem a se alterar; a textura superficial e brilho têm durabilidade maior, o que garante um trabalho estético mais refinado e duradouro.

O que são facetas estéticas?
São lâminas que imitam a face do dente voltada para os lábios, sendo coladas nesta superfície do mesmo. As lâminas estéticas podem proporcionar mudança de cor, forma e tamanho dos dentes, bem como mascarar espaços entre eles, os diastemas. As facetas podem ser confeccionadas diretamente sobre o dente com o uso de resina composta, bem como o dente pode ser moldado e a faceta ser feita em laboratório, tanto de resina composta, quanto de cerâmica. Há dois tipos de facetas, as convencionais, que há um desgaste de até 1,8 mm de espessura da face externa do dente; como facetas “lente de contato”, feitas com cerâmica numa espessura muito fina de até 0,1mm de espessura. A indicação de um ou outro material, bem como o tipo de faceta, dependem de uma série de detalhes que um cirurgião dentista qualificado pode discutir com o paciente.

As restaurações estéticas podem ser utilizadas em dentes posteriores?
Sim, tanto as resinas compostas, como as cerâmicas podem ser utilizadas inclusive em dentes molares. Mas como qualquer material, temos diferentes qualidades de resinas compostas e cerâmicas. Assim, é importante procurar um cirurgião dentista com conhecimento sobre os materiais que saiba selecionar e executar a melhor restauração em um dente posterior.

Restaurações estéticas são para toda a vida?
Claro que não! Como todo material, há uma vida útil. Costumamos dizer que, se o dente tem estrutura para durar a vida toda, se mal cuidado não dura, por que uma restauração cerâmica ou de resina composta há de durar? As restaurações cerâmicas tem uma vida útil em torno de 15 anos, quanto uma resina composta de oito ou mais anos, obviamente bem executadas por um profissional competente e bem cuidadas por um paciente que tenha uma boa higienização e que frequente o cirurgião dentista no mínimo anualmente. Para pacientes que tenham trabalhos cerâmicos na boca, é importante que seja feito um ajuste de mordida anual destas restaurações, pois elas tendem a se desgastarem menos que o dentes antagonistas, com quem mordem, gerando assim uma situação de estresse mastigatório, o que pode levar à fratura da restauração cerâmica.

Sorrisos restaurados são artificiais?
Um trabalho, tanto em resina composta, quanto em cerâmica, podem ser maravilhosos, desde que bem executados por um dentista e/ou um técnico de laboratório capacitados. A dica é pedir para que o profissional mostre casos realizados para se ter uma ideia de resultados. Outro requisito fundamental é, antes de contratar o profissional, certifique-se de sua formação e especialização. Isso pode ser feito mesmo via site do Conselho Regional de Odontologia, que normalmente é identificado pela sigla CRO, acompanhada das duas letras que identificam o estado. Como por exemplo para checar o registro de um cirurgião dentista no Estado de São Paulo, entre no site do CROSP.

É possível clarear os dentes?
Sim, existem várias técnicas de clareamento dental, algumas executadas no consultório, outras executadas em casa, com o uso de placas de plástico transparente que mantém o gel clareador em contato com os dentes. Estas técnicas de aplicação em casa, embora bem simples, são até mais eficientes que as realizadas em consultório, inclusive normalmente menos onerosas. É importante salientar que, diferente de outros procedimentos odontológicos, o cirurgião dentista vende um procedimento de clareamento dental, mas ele não vende resultados, pois não tem como os garantir. Assim, mesmo um clareamento dental realizado dentro de um protocolo seguro e eficiente, pode não atingir os resultados esperados pelo paciente.  Desta forma, o cirurgião dentista não tem como garantir que os dentes de um paciente clareiem o que ele deseja, mas pode oferecer a melhor técnica para tal.

Clareamento faz mal para o dente?
Clareamento é o tratamento dentário mais conservador. Desde que o uso do gel clareador seja orientado por um cirurgião dentista, é bastante seguro. Não há qualquer alteração mais significativa na estrutura do dente, mas o seu uso exagerado, principalmente no clareamento de consultório, há risco maior para a polpa do dente, que pode ter um processo de envelhecimento acelerado. É importante que a dor seja vista como um sinal de alerta, evitando exageros  Mas, reiterando, o mais importante é ter a orientação sempre de um cirurgião dentista.

Prof. Dr. Carlos Francci
Livre Docente do Depto. De Materiais Dentários
Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo
francci@usp.br

Saúde bucal da gestante e do bebê

Consultas odontológicas ainda não fazem parte da rotina do pré-natal de grande parte das gestantes. Muitas vezes, mesmo que a consulta odontológica seja ofertada em programas públicos ou em serviços privados, a gestante acaba não realizando a mesma ou tem resistência à consulta devido a mitos e crenças populares difundidas dentro da própria família ou por amigos e ainda em grande parte ao próprio medo de dentista.

A visita ao dentista durante o período gestacional é importante para prevenir, diagnosticar e tratar doenças bucais que podem comprometer a saúde da mulher e do seu bebê. Para comprovar este fato, hoje existem vários artigos mostrando a associação entre doença gengival da gestante e nascimento prematuro ou baixo peso ao nascer.

Alguns dos mitos que devem ser eliminados são de que a gestante não pode tomar anestesia ou se submeter a uma radiografia odontológica. O cirurgião dentista é capacitado para definir quais cuidados, procedimentos e o momento ideal para a realização das intervenções odontológicas durante a gravidez. Portanto, a consulta odontológica pode ocorrer em qualquer momento da gestação.

Outra questão importante a ser esclarecida é a de que não há perda de cálcio dos dentes da mãe para ser incorporado na formação óssea do seu bebê. Os dentes não se tornam mais frágeis durante a gravidez. O que pode facilitar o aparecimento de cáries neste período é a maior acidez em virtude de enjoos ou na maior freqüência de consumo de alimentos pela gestante. Também pode estar associado a deficiências na qualidade da escovação dentária por parte da gestante. Estes fatores que aumentam o risco de cárie dentária podem ser avaliados e corrigidos com a orientação do cirurgião dentista.

O fato de não procurar a avaliação odontológica durante a gravidez pode levar a gestante, em situações de dor de dente aguda, a recorrer a auto-medicação aí sim podendo acarretar prejuízos a sua saúde ou ao bebê em formação. Após o nascimento, a primeira visita do bebê ao dentista deve ocorrer preferencialmente no primeiro ano de vida.

Esta visita é importante não somente para um exame bucal, mas também pelas orientações que a mãe irá receber de como e quando deve iniciar a limpeza da boca do seu bebê (a qual pode ser iniciada mesmo antes do nascimento dos primeiros dentes, fato que facilita a aceitação da mesma após o nascimento dos dentes). Informações sobre a importância do aleitamento materno na formação dentária e da face, a relação entre a saúde bucal da mãe (e do núcleo familiar) e a futura saúde bucal do bebê. Deve ficar ciente que aumenta o risco de desenvolvimento de cárie dentária devido à introdução precoce do açúcar na alimentação da criança, principalmente se este for adicionado ao conteúdo da mamadeira. E conhecer os danos que podem ser causados à arcada dentária pelos hábitos de sucção da chupeta ou dedo.

Gestantes bem informadas e motivadas cuidam melhor de sua saúde bucal e, provavelmente, cuidaram bem da saúde bucal de seu bebê.

Prof. Ms. Luís Fernando Medeiros
Professor Responsável pela Clínica de Bebês da Universidade da Região de Joinville (Univille-SC)

Referências Bibliográficas:

CODATO LAB. PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO E SAÚDE BUCAL: PERCEPÇÕES E REPRESENTAÇÕES DE GESTANTES [DISSERTAÇÃO]. LONDRINA: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA; 2005.

Leal,NP Saude bucal da gestante; conhecimentos,práticas e representações do médico, do dentista e da paciente (Dissertação). Rio de Janeiro: Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz; 2006

Walter, L.R.F., Ferelle, A., Issao, M. (1996)Odontologia para o bebêPorto Alegre: Artes Médicas.

O que é peri-implantite?

É uma doença da gengiva ao redor de implantes que leva à perda óssea. Não apresenta dor ou alguma característica que chame a atenção. Somente nos estágios mais avançados pode-se observar supuração (pus) na união entre a gengiva e o implante. Diferente dos dentes com periodontite, os implantes raramente apresentam mobilidade por causa da peri-implantite. Quando isso ocorre, o implante já está perdido.  Muitas vezes, a mucosa tem um aspecto saudável sem estar inchada ou avermelhada. Se a causa das perdas dentárias foi a periodontite, é importante ficar alerta, pois o risco de ter peri-implantite é maior.

O que causa a peri-implantite?

A peri-implantite, semelhantemente às periodontites, acontece quando a placa supragengival é deixada por um período de tempo na área adjacente ao implante, que desenvolve inicialmente mucosite. Após esse biofilme alojar-se na área abaixo da gengiva (subgengival), desencadeando um processo inflamatório que terminará com reabsorção do osso, poderá gerar a perda do implante. Também não se pode deixar de lembrar que o fumo é um fator muito importante para a ocorrência de peri-implantite. Os problemas sistêmicos, como o diabetes, também podem facilitar o desenvolvimento das peri-implantites.

Como prevenir a peri-implantite?

A prevenção é realizada com práticas saudáveis. Assim, limpar a área dos implantes diariamente com escova dental, dentifrício, fio dental ou escova interdental, assim como, eventualmente complementar com bochecho de soluções antissépticas é fundamental. Além disso, não fumar e visitar o dentista regularmente. (Sim, o dentista é um dos maiores responsáveis por prevenir as peri-implantites, uma vez que limpa a área entre o implante e a mucosa, diminuindo a agressão do biofilme bacteriano).

Como tratar a peri-implantite?

As peri-implantites têm tratamento. Entretanto, as consequências da sua presença, muitas vezes, envolvem a retração da área com exposição do implante. Diferentemente das periodontites, o tratamento das peri-implantites parece ser mais exitoso quando se realiza com auxílio de cirurgia, assim como com o uso coadjuvante de antimicrobianos, inclusive, muitas vezes de antibióticos. A manutenção posterior é fundamental para a que a saúde da boca perdure.

Conclusão

Manter a saúde da boca é primordial, inclusive para manter a saúde em outras partes do organismo. Isso deve ser feito com hábitos saudáveis, não fumando, com exercícios físicos, visitas ao médico regulares e, no plano odontológico, principalmente com um bom controle da placa (biofilme), que inclui o uso da escova, do dentifrício, do fio dental ou da escova interdental e, complementarmente, do uso de bochechos com soluções anti-sépticas. A conjunção de todas essas práticas aliadas a visitas regulares ao dentista permitem saúde bucal, hálito agradável e qualidade de vida.

Fonte: UFRGS

O que é | mucosite?

É uma inflamação da gengiva ao redor de implantes que se caracteriza por sangramento gengival e pode ser observado durante a escovação ou enquanto usa-se qualquer dispositivo de limpeza dos dentes. Tem características semelhantes às da gengivite, sendo que a gengiva também pode ficar com inchaço ou descolada do implante.  A cor pode modificar de rosa para um tom mais avermelhado. Não apresenta dor. Muitas vezes, o mau hálito ou gosto ruim na boca podem ser observados. Portanto, fique atento: a gengiva ao redor do implante inflama tanto quanto a gengiva ao redor dos dentes!

O que causa a mucosite?

A presença de um biofilme de bactérias que coloniza a junção entre o implante  e a gengiva, capaz de provocar uma reação inflamatória  pela liberação de substâncias que agem como irritantes. Assim, todo paciente portador de implantes precisa ter cuidados bastante meticulosos com a higiene bucal, tanto ou mais do que se tem ao redor dos dentes.

Como prevenir a mucosite?

A melhor forma de prevenção é manter uma rigorosa remoção diária do biofilme, que envolve o uso de pasta de dente, escova, fio dental ou escova para limpeza entre os dentes. Caso tenha dúvidas sobre a melhor forma para limpar a região ao redor dos implantes, peça informações ao seu dentista. Vale lembrar que os implantes necessitam de cuidados semelhantes aos dentes.

Como tratar a mucosite?

O tratamento envolve a remoção profissional do biofilme bacteriano da superfície do implante próxima a margem gengival. Como os implantes também acumulam tártaro, é preciso ter cuidados higiênicos. Uma vez que o implante fique livre de biofilme, a manutenção desse padrão de limpeza por um período de 10 a 20 dias vai permitir que a mucosa cicatrize. A remoção diária do biofilme, muitas vezes, pode ser auxiliada pelo uso de medicamentos na forma de bochechos que complementam a escovação. A cicatrização é observada quando não houver mais sangramento da mucosa durante a escovação ou quando a avaliação profissional dessa região indicar a cura.

Conclusão

Manter a saúde da boca é primordial, inclusive para manter a saúde em outras partes do organismo. Isso deve ser feito com hábitos saudáveis, não fumando, com exercícios físicos, visitas ao médico regulares e, no plano odontológico, principalmente com um bom controle da placa (biofilme), que inclui o uso da escova, do dentifrício, do fio dental ou da escova interdental e, complementarmente, do uso de bochechos com soluções anti-sépticas. A conjunção de todas essas práticas aliadas a visitas regulares ao dentista permitem saúde bucal, hálito agradável e qualidade de vida.

Fonte: UFRGS

O que é periodontite?

É uma doença da gengiva que envolve perda das estruturas que suportam os dentes, especialmente o osso. Não apresenta dor ou características que chamem atenção. Somente nos estágios mais avançados, pode-se observar mobilidade dentária e, em algumas situações, recessão gengival. Assim, parece que os dentes estão ficando maiores. Muitas vezes, a gengiva tem um aspecto saudável, sem estar inchada ou avermelhada. Importante: se a sua gengiva apresenta sangramento ou sangrou em algum momento, é interessante uma avaliação minuciosa para determinar se existe alguma perda de suporte ósseo. Consulte um dentista.

O que causa a periodontite?

A periodontite é causada pelo biofilme bacteriano – ou placa bacteriana – localizado abaixo da margem gengival, subgengivalmente. O biofilme que alcança a área subgengival  não pode ser removido com os métodos caseiros de controle do biofilme. Assim, a periodontite também relaciona-se com os hábitos de higiene bucal. Contudo, hoje em dia, sabe-se que outros fatores, especialmente o fumo e a diabetes agravam a periodontite.

Como prevenir a periodontite?

A melhor forma de prevenir a periodontite é manter um alto padrão diário de remoção do biofilme bacteriano ou placa dental. Todo o biofilme que não for removido com a limpeza diária (e fique na superfície do dente) pode migrar para baixo da gengiva. Quando isso acontece, a periodontite pode se estabelecer iniciando a perda óssea. Lembre-se também que manter hábitos de vida saudável, fazer check-ups médicos regulares e não fumar auxiliam na manutenção da saúde da boca.

Como tratar a periodontite?

O tratamento é feito com raspagem e alisamento da raiz com o objetivo de remover o biofilme bacteriano que está nessa superfície. Assim que a superfície estiver livre de bactérias, a gengiva voltará a se aderir à raiz, parando o processo de perda óssea. O suporte do dente que foi perdido não se recupera, mas o objetivo do tratamento é evitar perda óssea adicional, o que pode acarretar a queda do dente. Antigamente, achava-se que para tratar uma periodontite era obrigatório fazer uma cirurgia. Hoje, sabe-se que as cirurgias são necessárias somente em alguns casos. O mais importante é manter o padrão de higiene bucal diariamente.

Conclusão

Manter a saúde da boca é primordial, inclusive para manter a saúde em outras partes do organismo. Isso deve ser feito com hábitos saudáveis, não fumando, com exercícios físicos, visitas ao médico regulares e, no plano odontológico, principalmente com um bom controle da placa (biofilme), que inclui o uso da escova, do dentifrício, do fio dental ou da escova interdental e, complementarmente, do uso de bochechos com soluções anti-sépticas. A conjunção de todas essas práticas aliadas a visitas regulares ao dentista permitem saúde bucal, hálito agradável e qualidade de vida.

Fonte: UFRGS

O que é | gengivite?

Gengivite é uma inflamação da gengiva que se caracteriza por sangramento gengival que pode ser observado durante a escovação, quando passamos fio dental ou palito. A gengiva também pode ficar com inchaço ou descolada do dente. A cor pode modificar de rosa para um tom mais avermelhado. Não apresenta dor. Muitas vezes o mau hálito ou gosto ruim na boca podem ser observados. Não se esqueça: gengiva saudável não sangra!!!

O que causa a gengivite?

A gengivite é provocada pela presença de um biofilme de bactérias que coloniza a junção entre o dente e gengiva acima da margem  ou supragengival. Esse biofilme tradicionalmente é chamado de placa bacteriana. O biofilme bacteriano é uma película, branco-amarelada e pegajosa que se forma independente da alimentação.  A partir de dentes limpos em poucas horas já existe uma colonização de bactérias e em 24 horas há uma quantidade de biofilme capaz de provocar uma reação inflamatória pela liberação de substâncias que agem como irritantes para a gengiva. Portanto, não esqueçamos que a placa bacteriana não está relacionada com a alimentação!!! Mesmo se não comemos nada, a placa bacteriana se forma sobre os dentes.

Como prevenir gengivite?

A melhor forma de prevenir gengivite é manter uma rigorosa remoção diária do biofilme (placa bacteriana). Essa remoção envolve o uso de escova dental, fio dental ou escova para limpeza entre os dentes e um dentifrício com flúor (pasta de dente). Caso tenha dúvida de qual a melhor forma para limpar os dentes procure o seu dentista. Ele é o responsável por ensinar como realizar da melhor forma a remoção da placa. Lembre, também: crianças não conseguem fazer remoção de placa sozinhos. Até que adquiram habilidade, os pais ou responsáveis devem fazer a higiene bucal da criança. Isso não acontece antes dos 6-8 anos de idade.

Como tratar gengivite?

O tratamento da gengivite envolve a remoção de tártaro ou cálculo da superfície do dente, além de um polimento de forma a deixar a superfície o mais lisa possível para facilitar a remoção diária do biofilme bacteriano. Uma vez que o dente esteja liso e livre do biofilme, a manutenção desse padrão de limpeza por um período de 10 a 20 dias vai permitir que a gengiva cicatrize. A cicatrização é observada quando não houver mais sangramento da margem gengival. O monitoramento da saúde da gengiva pode ser feito por você, observando se há ou não sangramento.